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Gestão e Negócios

cervesia gestao negocios

curiosidade carreira 11 12 2018

Por Sofia Esteves, presidente do conselho do grupo Cia. de Talentos

Você sabia que a curiosidade é muito mais importante para o desempenho da empresa do que se imagina? Melhora o engajamento e a colaboração do time. Profissionais curiosos fazem boas escolhas e sempre conseguem criar novas alternativas e cabe aos líderes estimularem a curiosidade em si mesmos e no ambiente corporativo.

Não estamos falando aqui da questão de se interessar com a vida alheia, mas da vontade de conhecer mais, de investigar. E somos todos curiosos por natureza e o querer aprender mais é o motor da curiosidade, pois cada aprendizado é a fonte de nova busca. Essa sintonia de manter-se entusiasmado é manter-se positivo. Pesquisadores até afirmam que a cada aquisição de conhecimento, os neurônios se reconectam. É por isso que a curiosidade é tão bacana, pois ela mantém o cérebro ativo!

O profissional curioso tem aguçado o desejo de seguir em frente, de se superar e aperfeiçoar, um tripé motivacional que só impulsiona o desenvolvimento das habilidades humanas. Proporciona a pro-atividade e a fome incessante de sempre querer saber mais, o que facilita a relação com as outras pessoas e pode fazer uma enorme diferença entre os especialistas que se destacam.

Os benefícios da curiosidade no trabalho são diversos e pode reduzir conflitos no grupo, pois ela encoraja os profissionais a se colocarem no lugar do outro e a se interessar por outras ideias em vez de focar somente nas próprias perspectivas. Isso cria efetividade e harmonia no trabalho conjunto, proporcionando melhores resultados para a empresa. Outra questão é que a comunicação fica muito mais aberta entre pessoas cuja curiosidade é uma característica, pois profissionais que gostam de assumir o controle de tudo não compartilham a informação e deixam de ouvir, de se interessar pelo próximo com atenção.

Os líderes têm essa missão de incentivar e estimular a curiosidade com os profissionais da equipe e uma das formas é enfatizar as metas de aprendizado. É claro que é natural concentrar-se nos resultados, principalmente diante de grandes desafios. Mas focar no conhecimento geralmente é mais vantajoso para todos, organização e pessoal. E para despertar o interesse do time, os líderes devem ensiná-los a fazer boas perguntas e alimentar as descobertas!

Aprender é um grande desafio da vida e, para ter cada vez mais novas experiências, temos que ser antenados e criativos! A mente humana está preparada para ampliar os limites do conhecido, é uma ferramenta poderosa e pode ser explorada de tal forma que consigamos ótimas soluções para qualquer tipo de problema. Viver apenas do que já aprendemos na vida, estreita a visão e dificulta o aprendizado.

Em muitas situações profissionais somos “jogados do ninho” para aprendermos, sermos curiosos, usarmos a mente e explorarmos a situação até termos certeza de que, seja qual for o obstáculo, existe a solução! E como dizia Albert Einsten, “a curiosidade é mais importante que o conhecimento”. Já Eça de Queiroz afirmava que “a curiosidade, instinto de complexidade infinita, leva por um lado a escutar atrás das portas e por outro a descobrir a América”.

Fonte: Portal Newtrade - 11/12/2018

criatividade

A automação de serviços em algumas áreas do mercado de trabalho será um dos fatores que causarão o corte de vagas e a mudança das capacidades de algumas profissões. Esta nova revolução industrial foi, inclusive, um dos temas do Fórum Econômico Mundial de 2018, realizado em Davos, na Suíça. Para profissionais de recursos humanos e acadêmicos, uma das formas para que trabalhadores tenham mais chances de permanecer empregados é se tornarem mais criativos e inovadores em suas funções nas empresas.

A analista de Educação Corporativa Gabriela Rodrigues, do Bradesco, percebeu que, depois de fazer um curso de criatividade promovido pela empresa em que trabalha, as tarefas mais simples que ela tem que desempenhar começaram a ser executadas com mais fluidez. “Quando falamos de criatividade pensamos no que é mais complexo, mas não é assim. Busco no meu dia a dia trabalhar mais a cocriação com outras pessoas. Acho que isso ajuda bastante”, afirma.

Gabriela incentiva os colegas a fazerem cursos voltados à criatividade para facilitar o trabalho em equipe e a busca por soluções para os problemas que aparecem. “É o que dá mais certo, é o que mais funciona, quando a gente vê que uma ideia atrelada à outra. Com certeza fica mais completo.”

Conversar com os colegas de trabalho, como faz Gabriela, é uma das dicas dos especialistas para ajudar a desenvolver a criatividade. Eles alegam que uma boa ideia muitas vezes surge de questionamentos discutidos por várias pessoas.

Ou seja, mesmo que uma pessoa não se considere criativa, ela pode desenvolver atitudes que favoreçam essa característica. Uma das principais dicas, é pensar nas pequenas coisas que podem ser feitas de uma forma diferente e mais efetiva. “Se você não tem a habilidade de experimentar ou pensar em coisas novas, você é substituível”, afirma o sócio-diretor do Grupo Bridge, Celso Braga. A empresa presta consultoria na linha de criatividade e inovação.

Braga também reforça que a criatividade aparece nas pequenas coisas dentro das empresas e que os funcionários precisam entender que nem sempre eles precisam revolucionar todo o processo de uma empresa, mas sim melhorar as funções. “A pessoa confunde criatividade com ser um Einstein, fazer um negócio totalmente disruptivo, gigantesco. Quando ela entende que o potencial criativo pode ser aplicado em uma pequena coisa, então ela pensa: ‘Caramba, eu posso’. E junto com o processo de criatividade, vem um crescimento da autoestima”, relata.

Professor da pós-graduação da Faculdade de Administração da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), Carlos Vital Giordano segue uma linha parecida. “Hoje, por conta da tecnologia, há uma pressão em todo lugar que exige que nós sejamos criativos. Algumas pessoas pensam que criatividade é um dom, mas ela pode ser treinada, desenvolvida”, diz.

Giordano defende que a criatividade floresce quando praticada em grupo, em um ambiente propício e em que haja um estímulo por resultados.

O bem-estar físico e mental, segundo os profissionais de RH permite que o cérebro trabalhe melhor, não só no desenvolvimento da criatividade não só no local de trabalho mas até na maneira de enfrentar o quadro resultante do avanço da automação e da inteligência artificial. “A automação está invadindo áreas que não imaginávamos, porém o que ela faz é resolver problemas conhecidos”, afirma o professor Renê de Paula, que ministra MBAs voltados para inovação na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESMP) e na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).

De acordo com ele, especialistas em determinadas funções não podem ficar confortáveis com a forma atual que cumprem suas tarefas, porque elas podem ser suplantadas pela tecnologia. Este seria o caso da criação de softwares capazes de fazer um volume maior de tarefas em menos tempo.

Sem conforto.  “Nosso maior esforço é resistir à zona de conforto, é se expor e se alimentar de coisas novas”, afirma de Paula. O professor é um dos que defendem que os funcionários devem se esforçar para “pensar fora da caixa”, principalmente por meio de experiências pessoais e não necessariamente fazendo apenas cursos dentro da área.

“Por exemplo: alguém que já esteve no Maranhão provavelmente conhece algum contexto que vai permitir a criação de uma solução que ninguém em São Paulo seria capaz de pensar”, afirma.

As funções candidatas a sumir mais rapidamente são aquelas que requerem métodos repetitivos de trabalho. É uma situação semelhante, em muitos aspectos, à enfrentada pelos operários que foram substituídos por máquinas durante a Revolução Industrial.

Empresas devem proporcionar ambientes adequados

Os especialistas de recursos humanos concordam que é fundamental as empresas propiciarem um ambiente voltado para a criatividade e a inovação dos funcionários. “Para a criatividade fluir, a equipe precisa estar muito engajada, as pessoas precisam ter autonomia e a empresa estar disposta a aceitar os erros”, afirma a gerente de Recursos Humanos da consultoria empresarial Mazars Cabrera, Milena Bizarri.

A consultora compara as grandes empresas a um grande navio, que faz as curvas com mais dificuldades e depende da expertise de sua tripulação. “As empresas precisam jogar na mão dos indivíduos o conhecimento, para que a inovação saia dali.”

Diretora de desenvolvimento de novos serviços e produtos da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), Sonia Gurgel lembra que, atualmente, o grande mote das empresas é a inovação e que esta depende da criatividade dos funcionários. “Isso (a abertura para que os funcionários busquem a criatividade) tem de ser espelhado nos valores da empresa, ser premiado e reconhecido. Do contrário, se o resultado não for o esperado, a consequência mais comum é a demissão”, afirma.

Por conta disso, é preciso que os líderes e gestores dentro das companhias sejam treinados para serem facilitadores do trabalho dos seus comandados. Essa cultura, mais comum em startups e empresas mais novas, ainda enfrenta algumas barreiras em empresas mais antigas no mercado e que contam com chefes da geração passada, mais acostumados a agirem como fiscalizadores na coordenação das tarefas.
Sem a abertura para que os funcionários deem ideias, eles não se sentem seguros para inovar e as ideias criativas não aparecem, para prejuízo da própria empresa.

10 Atitudes para estimular a inventividade

1.Observar o que pode ser feito de diferente e não ter receio de colocar sua ideia em prática

2.Ler bastante para ficar sintonizado com as tendências que surgem e ter novas ideias

3.Conversar com os colegas de trabalho, pois uma boa ideia muitas vezes surgem de questionamentos discutidos por várias pessoas

4.Ter experiências fora da rotina da trabalho, como viajar, assistir a filmes, passear pela cidade, pois isso ajuda a relaxar a mente, a ter novos pontos de vista e ideias

5.Não ter medo de tentar sair um pouco de suas funções para tentar resolver os problemas que surgem no ambiente de trabalho

6.Expandir o networking para conviver com pessoas de outras áreas e ouvir ideias novas para estimular áreas diferentes do cérebro

7.Procurar ficar com uma boa condição mental e fisicamente para que o cérebro possa trabalhar melhor

8.Desenvolver um hobby que o estimule mentalmente

9.Pensar sempre nas pequenas coisas que podem ser feitas dentro da rotina de trabalho de uma forma diferente e mais efetiva

10.Medir quantos problemas foram resolvidos em uma semana e anotar quantos deles foram feitos de uma maneira que você considere inovadora

Fonte: Estadão - 29/01/2018

A pandemia do novo coronavírus e o isolamento social mudaram os hábitos da população e impactaram diretamente nos negócios e nas comunidades. A alimentação não está dissociada desse movimento. Para entender as mudanças nos hábitos alimentares durante e após a crise, a Galunion, empresa especialista em food service, e o Instituto Qualibest desenvolveram o estudo Covid-19 & Alimentação.

Realizado de cinco a sete de maio, o levantamento ouviu 1.100 pessoas em todo o Brasil via questionário online. Um dos fatores apontados pelo estudo foi o efeito da pandemia na renda dos brasileiros — 40% dos respondentes tiveram queda nos seus rendimentos e 26% estão sem qualquer renda, durante o período. O abalo na economia doméstica deve gerar um impacto sem precedentes para a alimentação fora de casa, segundo a pesquisa.

Ao mesmo tempo, 97% dos entrevistados passaram a cozinhar em casa ou aumentaram a frequência com que faziam isso. A alternativa de pedir entregas de compras do supermercado se tornou uma realidade para 17% dos brasileiros, que experimentaram essa ferramenta durante o isolamento social. Quando perguntados sobre a comida que mais desejam consumir durante o período, a pizza foi a escolha de 73%; hambúrgueres (59%), sanduíches (46%) e massas (40%) aparecem na sequência.

O estudo também apontou uma ascensão das culinárias ligadas às indulgências como doces e bolos. O estudo analisou quais são os fatores mais importantes na hora de escolher um restaurante para fazer o pedido. Higiene e limpeza aparecem como os valores mais buscados, seguidos por preço justo, comida gostosa e serviço bem feito. Perguntados sobre o que os motivaria a comprar mais comida pronta, 44% dos entrevistados apontaram a possibilidade de parte do dinheiro ser doado para pessoas necessitadas e 34% citaram a opção de ganhar desconto quando o restaurante for reaberto.

Segundo a pesquisa, o futuro do delivery é otimista. Entre os entrevistados, 21% acreditam que vão gastar ainda mais com esse canal de compras no pós-pandemia. Apesar dos dados, o setor ainda tem desafios a serem superados. 51% dos respondentes afirmaram que já deixaram de comprar no delivery de um restaurante porque a embalagem veio com problemas, como falta de lacre, comida desarrumada, vazando etc.

Para a Galunion e a Qualibest, algumas medidas que podem ajudar as marcas a melhorar sua experiência no delivery são reforçar ações que ajudem a cortesia do entregador, investir em embalagens lacradas, higiênicas e que mantenham a temperatura da comida, além de cuidar para que o processo da entrega garanta a integridade do produto. Segundo a pesquisa, ao mesmo tempo em que 79% dos respondentes pretendem voltar a fazer refeições fora de casa, 69% não acreditam que os frequentadores irão respeitar os novos códigos de comportamento. 83% dos entrevistados frequentam restaurantes self service. No pós-pandemia, eles esperam dos estabelecimentos adaptações como luvas descartáveis e álcool em gel (39%), porções pré-porcionadas (20%) e também cogitam a possibilidade de um atendente auxiliar na composição do prato (26%).

 

Fonte: Meio&Mensagem - 26/05/2020

A admissão, por parte dos sócios da JBS, da criação de um esquema bilionário de propina para sustentar a expansão do grupo, joga no colo de empresas do varejo e redes de “fast food” um dilema que deve mostrar como essas empresas encaram os seus próprios códigos de ética e conduta.

De acordo com apuração do Valor, parceiros da JBS podem alegar que a fornecedora de alimentos violou termos dos contratos de compra de produtos que tratam de “idoneidade moral” e interromper os acordos temporariamente. Mas a discussão dentro das redes ainda avança devagar e esbarra na dependência comercial da JBS.

É o caso, por exemplo, do acordo do Grupo Pão de Açúcar com a JBS, que define normas éticas a serem seguidas. Em nota, o GPA informou que está acompanhando “o desenrolar dos acontecimentos e que seguirá as cláusulas definidas em contrato estabelecido com o fornecedor, respeitando as determinações legais das autoridades”. A empresa não detalha o teor das cláusulas. O Valor apurou que o acordo menciona necessidade de retidão moral da marca, sob risco de suspensão do contrato.

A BFFC, dona do Bob’s, afirmou em nota que avalia as medidas cabíveis no caso e que exige que seus fornecedores “mantenham o mais estrito respeito ao código de conduta” da empresa. O grupo informou que levará o assunto para ser discutido pelas entidades representativas do setor.

Neste momento, a maioria das companhias ouvidas pelo Valor fala em “acompanhar” a evolução do caso – além de GPA, Walmart e Carrefour. O McDonald’s (representado no Brasil pela Arcos Dorados), com acordo comercial com a JBS que giraria em torno de R$ 350 milhões ao ano, preferiu não se manifestar sobre o assunto – assim como o Burger King. Todas as empresas ouvidas, com exceção do Bob’s, tem controladores ou sócios de grupos com capital aberto no País ou no exterior e são classificadas dentro de algum nível de governança corporativa, que exige que sejam definidas normas de conduta empresarial envolvendo funcionários e fornecedores.

Os códigos da maioria dessas companhias deixam explícito que consideram inaceitável – e, em certos casos, isso não é passível de negociação – manter acordos comerciais com fabricantes que não respeitam leis e que praticam atos como extorsão ou suborno. Os códigos, porém, não detalham a penalidade a ser aplicada. “Mas quando a companhia informa que não aceita corrupção ou não aceita que fornecedores violem valores da empresa está claro que, se isso acontecer, terá que cortá-los”, diz Alexandre Queiroz, ex-diretor da PwC e coordenador do Ibmec/MG.

Para Daniel Tonon, professor do MBA em governança e compliance da FGV, as companhias podem entender que os crimes foram praticados pelos sócios, e não pela fornecedora, separando as responsabilidades. Ainda podem avaliar que, como houve acordo de delação, a Justiça não condenou os controladores da companhia – apesar da admissão pública dos “erros” pelo sócio Joesley Batista.

Para Tonon, o varejo não pode ser entendido como um “vilão” neste caso.
A JBS não é só a dona da mais importante marca de carne do País, a Friboi, mas produz outras com forte presença no varejo, como Vigor e Doriana. No total, são 32 marcas. Ainda estão na lista Seara, Massa Leve, Swift e Bigfrango. A holding J&F, dos irmãos Batista, é dona também da Flora, com 17 marcas de limpeza doméstica e higiene pessoal como Minuano, Francis, Albany e Neutrox, mas nesses mercados há mais concorrentes.

Impacto nas vendas

Em portfólios desse peso, o cancelamento da compra traria um forte impacto nas vendas, em parte pela dificuldade em substituir algumas marcas. “Na prática, quando isso acontece, a rede vai ver se compensa o baque comercial e o custo de interromper o acordo”, disse um diretor de uma rede supermercadista. “No caso da JBS, haveria risco de desabastecimento principalmente em carnes, porque não temos marcas substitutas imediatamente.”  “Se quiserem interromper a venda, até dá, mas é um trabalho gigantesco. Talvez o ganho possa ser de imagem frente ao público, caso a rejeição às marcas suba”, acrescentou o executivo.

“Para o varejo, é cedo fazer qualquer coisa, porque em parte, essas decisões consideram a reação de concorrentes e da população, que pode cobrar uma posição mais dura das lojas. Mas até agora não vimos isso”, diz um consultor.

O Walmart informou que a “integridade é um dos valores fundamentais” do grupo. Em relação à JBS, disse que “está acompanhando o caso atentamente”. O Carrefour afirmou que “não tolera nenhuma prática ilícita e tem como princípio fundamental o combate à corrupção”. Observa que todos os níveis da empresa e seus parceiros “devem se comprometer a cumprir estritamente a legislação em vigor”. E sobre a JBS, apesar de a empresa já ter admitido o “erro”, disse que “aguarda o desfecho do caso”.

Fonte: Newtrade - 23/05/2017

Quando deu por si, a futurista norte-americana Elatia Abate, sócia do Fesa Group em Miami, estava tomada por assombro em meio a sua pesquisa sobre as tendências de trabalho. De posse de estatísticas da Universidade de Oxford indicando que robôs e computadores substituirão quase metade dos empregos que existem hoje, a pergunta “o que vamos fazer com toda essa gente” relampejava em sua mente.

Sentindo-se diante de uma gigantesca onda de mudanças velozes causadas pelo impacto da tecnologia no mundo do trabalho somado a alterações na força laboral e ao momento econômico, só duas opções eram possíveis.“Eu pensei, ou posso ficar aqui e me afogar ou eu posso pegar uma prancha e surfar para a ver as oportunidades que temos. Porque mudança é o que mais traz oportunidade”, conta.

Se tudo era – e é – tão nebuloso quando se fala de futuro do trabalho, ela resolveu deixar o conforto de lado e colocar-se em situação de incerteza. Deixou tudo que tinha em um guarda-móveis e passou 20 meses como nômade vivendo e conversando com pessoas e empresas que estão prontas para surfar na velocidade da 4ª Revolução Industrial. Com o seu périplo – que hoje ela compartilha em palestras mundo afora -Elatia percebeu três eixos de atitude essenciais para encarar o futuro de maneira sustentável: uma nova mentalidade que priorize a conquista de mais resiliência, a procura de capacitação para enfrentar as demandas do futuro e uma maneira colaborativa de trabalho.

Parece complicado demais? De acordo com ela, o primeiro e mais importante passo é bem simples e acessível a todos: criar o hábito de se expor a novas situações. Em entrevista a VOCÊ S/A em São Paulo, após palestrar para executivos convidados pelo Fesa Group – a especialista explicou como fazer isso na prática e deu conselhos de como pensar a carreira do (e com) futuro:

O que é ser futurista?

Eu tenho dedicado minha vida a entender as tendências do futuro e, mais importante do que a própria tendência, é pensar em como a gente traz esse conhecimento e constrói uma ponte do dia hoje para esse futuro, minimizando as dificuldades e o medo. Então, além de entender essas tendências, é colocar em ação tecnologias para ajudar as empresas e as pessoas nisso.

Como você enxerga essas tendências na prática?

Há muitos dados disponíveis e eu sou o tipo de pessoa que utilizo minha própria vida, como uma “cientista louca”. Nesse sentido eu mergulho no assunto tento fazer na vida uma experiência desse tipo. Também busco as pessoas que têm expertise em vários segmentos. Não sou expert em inteligência artificial, por exemplo, mas eu conheço muita gente que é. Agregando conhecimento de vários segmentos de mercado, previsões baseadas no passado e juntando toda essa informação a gente levanta algumas soluções.

Você defende que, para enfrentar o futuro, precisamos mudar nossa mentalidade, ser mais colaborativos e buscar novas formas de nos capacitar para enfrentar esse futuro. Qual desses três aspectos é o mais desafiador para as pessoas, segundo a sua experiência?

A mudança de mentalidade tem sido o mais difícil e é o mais importante. O que eu tenho visto é que, como as pessoas têm medo, elas não querem mudar. Então, se sabemos que vai ser mais fácil se a gente mudar, a gente começa a se colocar em situações em que temos que aprender a ter resiliência. Isso não precisa ser uma coisa totalmente louca. Se você nunca viajou para um país diferente ou para uma cidade diferente viaje. Tenha essa experiência em que você vai ter que lidar com o desconhecido. Nunca fez aula de cozinha? Vai lá e tenta porque é fortalecer esse músculo de resiliência que vai ajudar a gente com essas mudanças.

Colocar-se em situações novas é o primeiro passo que você indica?

É o mais importante e isso é acessível a todo mundo, independente de classe social. Se você nunca foi para cidade do lado da sua, em vez de pegar o ônibus para região norte eu pegue para a região sul. Só para ver o que tem lá para começar a abrir a cabeça e perceber que as regras que a gente acha que estão dirigindo o mundo são apenas um ponto de vista.

Você criou o conceito de carreira mosaico para falar de planejamento profissional. Como funciona?

Em um mundo que é cada vez mais freelancer, cada vez mais as nossas fontes de renda não vão vir de uma única fonte. E trazer todas as coisas que a gente gosta de fazer e construir com essas atividades um mosaico de pedaços diferentes cuja soma faz uma carreira única. Eu construí esse conceito assim, mas ele pode evoluir também. Dentro de uma mesma empresa, eu posso ter experiências diferentes para montar a carreira, por exemplo.

Quem está empregado numa empresa pode, então, construir seu mosaico de atividades na companhia?

Você consegue fazer isso e obter mais informação para você ou confirmar que o que está fazendo te faz feliz então continuar fazendo mais, ou para descobrir que tem mais outras coisas que poderiam ser melhores ainda e assim fazer uma mudança.

O que é essencial para os líderes entenderem nesse processo de adaptação às novas tendências?

No início da minha carreira eu achava que precisava ser expert de algum determinado assunto. Hoje eu sou uma eterna aprendiz de qualquer tema. Mesmo com toda a experiência que eu tenho, quando eu entro numa sala e vem alguém de 20 anos me falar sobre recrutamento, eu escuto. Antigamente eu diria: não, eu já sei sobre isso. Hoje escuto porque não sei todas as respostas e sempre tem alguma coisa para aprender. É sair do lugar de um “expert que acha que sabe tudo e que só a sua opinião vale”, para o de interessado em aprender. É a curiosidade.

 

Fonte: Exame.com - 13/03/2019

Para ajudar no processo, o LinkedIn, rede social para o mercado de trabalho, liberou conteúdos gratuitamente da sua área de aprendizado.

Focados em desenvolvimento de carreira, os 10 itens da trilha cobrem temas gestão de equipes virtuais, gestão de tempo, como vencer a procrastinação e como desenvolver resiliência.

E a rede social não está sozinha nessa iniciativa de apoio: plataformas como a Udemy e Veduca têm cursos online e gratuitos para aprender novas ferramentas de trabalho, competências emocionais, e até mesmo novas habilidades técnicas.

Com aulas e eventos cancelados, home office e muita gente de quarentena, algumas horas diárias extras podem ser aplicadas nesses cursos. Confira algumas iniciativas gratuitas:

LinkedIn

O conteúdo do “Trabalho Remoto: Colaboração, foco e produtividade” está disponível de graça aqui. São 10 itens que equivalem a quase 11 horas de estudo com professores, escritores, coachs e especialistas em liderança, comportamento, administração e produtividade.

Udemy

Além de disponibilizar mais de 400 cursos gratuitos para aprender desde técnicas de Excel até programação para crianças com ferramenta do MIT, muitos professores liberaram seus conteúdos gratuitamente. O instrutor global da Udemy Chris Haroun foi um do que abriram seus cursos: veja no link.

General Assembly

A empresa parte do Grupo Adecco, consultora de Recursos Humanos, vai promover seminários online e gratuitos para ajudar a superar desafios do novo coronavírus. O primeiro acontecerá nesta quinta-feira (19), às 13h, e tem como tema “Maximizando a produtividade para equipes remotas”. O conteúdo é em inglês e as inscrições podem ser feitas pelo link.

Veduca

Os cursos de Gestão do Tempo e Comunicação estão disponíveis de graça, é só acessar o site e buscá-los no catálogo.

Coursera

A plataforma dará acesso gratuito ao seu catálogo de cursos para todas as universidades no mundo que foram impactadas pela pandemia. Estudantes podem entrar em contato com representantes da sua instituição de ensino para participar.

 

Fonte: New Trade – 19/03/2020

Indicadores econômicos de maio e junho indicam uma reação da economia brasileira e sinalizam que o pior da crise pode ter ficado para trás, apesar das incertezas ainda elevadas sobre o ritmo de recuperação e sobre o avanço da pandemia de coronavírus no país. Dados da Receita Federal de emissão de notas fiscais apontam uma retomada já em junho. Números antecipados no domingo pelo jornal "O Estado de S.Paulo" e divulgados oficialmente nesta segunda -feira (6) mostram que o mês passado teve o maior patamar em emissões de notas fiscais do ano, chegando a R$ 23,9 bilhões em vendas ao dia, o que é um crescimento de 10% em relação a junho de 2019.

O termômetro capta, principalmente, as vendas entre empresas de médio e grande porte, bem como as vendas não presenciais de empresas para pessoas físicas. Na comparação com o mês anterior, o tombo nas vendas de abril foi seguido de aumentos de 9,1% em maio e de 15,6% em junho. Ainda de acordo com a Receita, todas as regiões do país mostraram recuperação no ritmo de vendas em junho.

O resultado da produção industrial em maio, divulgado na semana passada pelo IBGE, também surpreendeu positivamente, ao mostrar um crescimento de 7% na comparação com abril. O avanço foi insuficiente para reverter a perda de 26,3% acumulada em março e abril, mas trouxe o alívio de que o setor parou de cair. Os dados de serviços e comércio serão divulgados nesta semana.

"Abril foi o fundo do poço'

"Acredito sim que o pior da crise ficou para trás e que abril foi, de fato, o fundo do poço. Os indicadores antecedentes da atividade econômica vêm surpreendendo positivamente", avalia a economista Luana Miranda, pesquisadora do Ibre/FGV. "Nossa última projeção oficial para o PIB é de queda de 9,8% no 2º trimestre, na comparação com o trimestre anterior, e de 6,4% no ano. Contudo, os indicadores antecedentes de maio e junho trazem um viés ligeiramente positivo no cenário, a confirmar após a divulgação das pesquisas de comércio e de serviços de maio".
Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, também avalia que a recuperação pode se dar de maneira mais rápida do que inicialmente se imaginava. "Parece que há uma recuperação em curso melhor do que se esperava, com abril tendo sido o fundo do poço e os números melhorando rapidamente depois disso. Essa recuperação mais rápida deve fazer com que o PIB caia menos do que se imaginava", afirma.

Retomada em 'V' 'é vista como improvável

Os economistas do mercado financeiro melhoraram levemente as estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2020. A projeção passou de uma retração de 6,54% para 6,50%, segundo boletim Focus divulgado nesta segunda-feira. O Ibre e a MB Associados projetam uma queda de 6,4% no ano.
Apesar da avaliação de que o Brasil já entrou em uma nova recessão e deverá registrar uma forte retração em 2020, bancos como o Itaú e Fator também consideram que a economia já entrou em recuperação. "Dados indicam que a atividade econômica atingiu o piso em abril. Indicadores como o consumo de energia elétrica industrial, a utilização de capacidade da indústria de transformação e construção, a retomada de produção de algumas montadoras de veículos, assim como o nosso indicador diário de atividade, mostram melhora em maio e junho", avaliou o Itaú em nota divulgada ao mercado.

O banco mantém uma projeção menos pessimista que a da média do mercado para o resultado do PIB em 2020 e estima uma retração de 4,5% no ano.
Os economistas alertam, no entanto, para o nível ainda elevado de incerteza econômica e política no país, e avaliam que a recuperação das perdas com a pandemia deverá se dar de maneira gradual, em um ritmo provavelmente mais lento que o de outras economias.
Para Paulo Gala, diretor-geral da Fator Administração de Recursos e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), avalia que a recuperação da economia brasileira tende a ser em ritmo mais fraco do que a observada nos Estados Unidos, Reino Unido ou Europa.

"O Brasil já estava numa situação muito frágil, com várias empresas à beira da falência, muita dívida, desemprego ainda muito elevado e perspectivas de crescimento muito ruins. A Covid foi uma espécie de gota d'água para a quebradeira generalizada e não há nenhuma sinalização do governo de no futuro tomar medidas de estímulo. Muito provavelmente vamos ficar entre as piores recuperações do mundo", afirma.
O nível ainda muito baixo da atividade, que ainda não tinha se recuperado das perdas da recessão de 2014-2016, também é apontado como um desafio adicional para uma retomada mais forte.

"O nível de incerteza ainda bastante alto deve conter o crescimento do consumo e do investimento, inviabilizando uma possível retomada em 'V'. A recuperação inicial deve ser um pouco mais forte, mas depois deve seguir em um ritmo mais lento até retomar ao patamar pré-crise", avalia Miranda.

Desemprego elevado e risco de novas quarentenas

Os analistas chamam atenção ainda para outros riscos como a incerteza quanto a evolução do dívida pública e a piora no mercado de trabalho. "Muita gente foi para a informalidade e terá dificuldade de ser reempregada. Essa massa de renda perdida terá impactos crescentes ainda na economia. Então, há motivos para comemorar um impacto menor no curto prazo, mas os efeitos de longo prazo especialmente em mercado de trabalho precisam ser vistos com atenção", destaca Vale.

Ele alerta ainda para os riscos do avanço da pandemia no Brasil e eventual necessidade de regresso aos confinamentos. "Há que se tomar cuidado com os próximos meses. Primeiro, porque a Covid-19 deverá ficar mais tempo conosco do que ficou na Europa. Segundo, porque a contaminação tem aumentado em outras regiões e isso tende a trazer repercussões negativas ainda na economia, com quarentenas pontuais ainda podendo acontecer', acrescenta.

O economista Silvio Campos, da Tendências, lembra também que o país sairá desta crise bastante afetado nas contas públicas. "Antes da pandemia havia uma tendência de acomodação da relação dívida/PIB pouco abaixo de 80% do PIB, mas a herança da epidemia será uma relação dívida/PIB acima de 90% e com possibilidade de se aproximar de 100%. Isto preocupa bastante, ainda mais diante das dificuldades de avançar com novas medidas de ajuste no Congresso em meio ao quadro político turbulento".

G1

Fonte: Abras - 06/07/2020

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