Gestão e Negócios

- Detalhes
- Categoria Pai: Artigos
Por Caio Camargo, sócio-diretor da GS&UP, potencializadora de Negócios do Grupo GS& Gouvêa de Souza
Em meio a um dilema para as marcas do varejo, entre a venda digital e a venda online, um dos canais que tem oferecido novas possibilidades, ou uma terceira via ao negócio, são os clubes de assinaturas. Já pensou nisso para a sua empresa?
Não que seja algo novo para as marcas ou para o negócio do varejo. Mesmo antes da Internet, já haviam os clubes de assinaturas como os de revista ou livros, o que mudou, praticamente, é a facilidade de acesso e adesão através da Internet, o que permitiu a criação de diversos formatos e propostas, atendendo um vasto número de nichos e gostos em particular.
De modo geral, clubes de assinaturas são empresas que comercializam seus produtos e serviços com entregas periódicas, sendo que, hoje, a grande maioria adota o modelo mensal de entrega.
Mas isso não precisa ser uma regra, um exemplo simples de assinatura de serviço são o de empresas como Netflix ou Spotify. Um exemplo de assinatura de produtos está nas empresas de vinho, ou outras como a Petitebox, especializada em produtos infantis. Para alguns negócios, como no caso da Petitebox, o crescimento do mercado vem permitindo o crescimento desses formatos. A empresa, nesse momento, está em captação por meio de uma plataforma de crowdfunding (Saiba mais nesse link aqui), buscando recursos para aproveitar a onda e, segundo sua proposta, dobrar de tamanho nos próximos dois anos.
Essas são algumas das características de um clube de assinaturas:
Características
Curadoria de produtos e/ou serviços
Seja algo como uma “surpresa”, ou seja, algo que tenha algum direcionamento ou critério na escolha (filmes que mais gosto), a qualidade da curadoria é um dos principais elementos de um clube de assinatura de sucesso, otimizando ao máximo a relação de custo e benefício.
Receber de acordo com sua conveniência
Seja receber em casa ou em um lugar de conveniência escolhido pelo assinante, nos dias de hoje, até mesmo a questão de entrega em smartphones ou plataformas digitais é considerada, de acordo com o tipo de produto.
Periodicidade de recebimento
Mensal é a periodicidade mais utilizada pelos clubes, mas há casos de entregas bimestrais e até mesmo trimestrais em alguns casos, de acordo com o produto ou o plano escolhido.
Pagamento recorrente
Os planos oferecidos visam também a subsistência das empresas. De planos trimestrais a planos anuais, algumas companhias oferecem até mesmo planos mensais sem barreiras para cancelamento, dando liberdade de contratação aos seus assinantes.
Estilos
Amostragem reversa
Neste modo, a empresa faz parceria com as marcas e oferece uma oportunidade de experimentação de produtos pelas consumidoras. Os assinantes recebem um leque de itens que, idealmente, possuem valor maior do que o valor pago pela assinatura. Empresas como Petitebox, especializada em gestantes e bebês, e Glambox, especializada em cosméticos são exemplos.
Curadoria dentro de um segmento
São clubes de segmento únicos onde a companhia faz uma curadoria de produtos e envia aos assinantes. Neste modo ela compra o produto e revende a sua base. Empresas como a Wine (vinhos), Clubeer (Cerveja), Bestberry (Snacks) e Tag Livros (livros), são exemplos.
Compra programada
São serviços que oferecem um produto ou vários, caracterizados pelo uso contínuo, como Mensmarket (Produtos Masculinos) e BebeBox (fraldas).
Serviços
Empresas que oferecem seus serviços de acordo com um pagamento periódico. Netflix (Filmes/ Séries) e Gympass (Academia) são exemplos. Essas são alguns dos principais, mas existem clubes de assinatura de praticamente todos os segmentos, como pet, Sex Shop, alimentos e dietas restritas, entre outros.
Fonte: Portal Newtrade - 19/12/2018
- Detalhes
- Categoria Pai: Artigos
Acompanhar movimentações da indústria é requisito-chave para criar soluções que se destaquem nas prateleiras
Por David Peters*
![]() |
|
* David Peters é gerente de desenvolvimento criativo da API, empresa que fabrica e distribui foils, laminados e materiais holográficos para a indústria gráfica, inclusive para a de embalagem |
É impossível desenvolver uma solução perfeita de embalagem sem acompanhar de perto as mais recentes tendências – não apenas as de embalagem, mas também as de produto. Entendê-las, tendo consciência do posicionamento de marca com que se trabalha e, claro, oferecendo ótimos produtos, é uma forma quase infalível de as empresas criarem soluções que causem grande impacto nas prateleiras.
Ao assumirem o papel de parceiros criativos dos brand owners, os fabricantes de embalagem ajudam a viabilizar projetos que efetivamente fazem com que as marcas tenham representatividade entre seus consumidores-alvo. Por isso, desenvolvemos o API Trends Folio, um catálogo anual de tendências que, mesmo sendo um livro de referência compacto, é cheio de estilo e traz os principais drivers identificados por nossa equipe global de desenvolvimento nos últimos doze meses, com base em sua expertise em tecnologia, conhecimento de categorias de produtos e de marcas. Esse material compila as tendências mais recentes de forma conveniente, e tem papel central nos processos de design e de decisão das marcas com que trabalhamos.
Lançamos, recentemente, a segunda edição do catálogo, atualizada para o biênio 2018/19, com as principais tendências em embalagens premium e de luxo. O guia mostra claramente como o uso inteligente de foils, laminados e materiais holográficos pode ajudar as marcas a se destacarem nesses segmentos.
![]() |
|
Catálogo agrupa tendências para o biênio 2018-2019 |
O Folio aborda quatro grandes tendências: Neon Storm, que se inspira em fenômenos naturais como raios de sol e brilhos de cometa; Ethereal, baseada na iridescência das luzes do norte; Primary Matrix, influenciada pela arquitetura; e Diamond Luxe, que através do contraste entre o escuro e o brilho reluzente cria um senso de alto luxo.
Cada tendência é direcionada a um segmento de mercado específico – do universo das bebidas ao dos cosméticos, das marcas tradicionais às de alto luxo – o que faz com que os designers, com o guia em mãos, tenham boas inspirações independentemente de sua especialização ou do setor industrial que atendem.
Um exemplo bem aplicado da importância de se ter compreensão da essência da marca e, ao mesmo tempo, acompanhar de perto as tendências, é dado pela Taittinger em sua caixa presenteável, que representa toda a imagem de glamour da marca.
![]() |
|
Caixa presenteável da Taittinger: extensão do produto que acondiciona |
A solução foi inspirada na tendência 2nd Skin (apresentada no catálogo anterior da API), que mostra que a embalagem deve ser uma extensão autêntica, verdadeira, do produto que acondiciona. O efeito de diamante na caixa é uma evolução das bolhas de champanha presentes nos estojos anteriores da marca. A embalagem utiliza tecnologia holográfica e lentes de Fresnel para retratar a beleza natural dos diamantes em detalhes. O efeito visual sofisticado está em sintonia perfeita com a natureza tátil da impressão e do material da caixa, trazendo para a embalagem a essência do luxo da champanha Taittinger, criando uma objeto extremamente atraente nos pontos de venda.
No mercado atual, altamente competitivo, é essencial que as marcas de luxo criem sua própria identidade, tornando-se relevantes para seus consumidores. Nesse processo, a embalagem tem grande participação. E, para o desenvolvimento de boas embalagens, é fundamental acompanhar as tendências. Apenas quando há essa integração a solução final terá, efetivamente, brilho nas prateleiras. E, nesse sentido, o API Trends Folio pode ser de grande valia para os designers.
Fonte: Embalagem Marca – 05/03/2018
- Detalhes
- Categoria Pai: Artigos

Apesar do potencial de dobrar o tamanho do mercado nos próximos dois anos, o mercado de máquinas de vendas automáticas ou vending machines ainda precisará evoluir seus produtos e se adaptar ao consumidor brasileiro para garantir seu sucesso. “A grande sacada é que o mercado precisa colocar em foco as necessidades dos shoppers brasileiros. Elas [as máquinas] são importadas, mas devem ser customizadas”, diz o CEO da Croma Marketing Solutions, Edmar Bulla.
De acordo com ele, ainda falta adaptação do modelo de negócio para que o mercado possa, de fato, deslanchar. “Hoje, grande parte das máquinas são de bebidas quentes. Não é contrassenso que isso ocorra em País tropical? Temos grande número de escritórios em São Paulo. Será que só posso oferecer bebidas quentes?”, questiona. “Vimos experiências mal sucedidas, como o caso de alguns ‘shoppings de flores’ mas será aquilo era o que as pessoas queriam? Ou estavam nos locais certos? É necessário saber o que o consumidor precisa”, reforça ele.
Para se ter uma ideia, no Brasil, há uma máquina a cada 2,5 mil pessoas. No Japão essa proporção é de uma a cada 48 pessoas, e nos Estados Unidos sobe para 118. Segundo ele, já existem algumas variações de máquinas – como as observadas em estações de metrô que têm produtos de urgência, como guarda-chuvas e carregadores de celular. Este, contudo, é apenas um pequeno pedaço do que pode ser explorado. “O sortimento ainda é pobre.” Entre os segmentos que tendem a ter um grande crescimento nas vending machines estão os alimentos e bebidas prontos para consumo, cosméticos e produtos vendidos em farmácias. “São segmentos que apresentam maior potencial de inovação”, coloca. Segundo ele, as vending machines fazem parte de uma tendência global do varejo.
Em pesquisa realizada pela consultoria, ficou constatado que 43% dos respondentes acreditam que o autoatendimento é a tecnologia mais importante para o varejo e as máquinas entram nisso. “Isso impacta na configuração do varejo. Sai o vendedor e entra o consumidor”, resume.
O presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra, vai um pouco além, e cita que uma oportunidade – ainda que distante – é o mini mercado sem atendentes. “É uma variação da vending machine. Nela, você faz check-in no celular, ativa o meio de pagamento, e a câmera visualiza que produtos você pega. Você pode colocar 50 itens de conveniência, abastecer uma vez por dia e implementar em condomínios e baladas”, conta.
A iniciativa, no entanto, ainda deve demorar para chegar ao País. “Com ela você conseguiria viabilizar um ponto de venda em qualquer lugar. Mesmo que tenha aluguel. Normalmente o caro não é o aluguel, mas a mão de obra”, destaca. A dúvida agora, para ele, é de onde virão as próximas inovações: dos operadores de máquina, da indústria ou do varejo?
Mesmo com um mercado incipiente, já é possível ver no Brasil um movimento de consolidação. Um exemplo, é a aquisição da FastGood pela Gran Coffee no início do ano. De acordo com o um dos antigos sócios da FastGood, Fernando Damas, a alimentação saudável tem um grande potencial de crescimento entre as vending machines, sobretudo com a chamada “onda fitness” dos consumidores paulistanos, região onde a empresa atua.
Depois de dominar o mercado corporativo, ele comenta que o plano é que a empresa explore outros locais de grande fluxo. Outra empresa que sinaliza que mesmo o mercado tradicional tem ganhado força é a Mr Kids, que comercializa brinquedos e doces. Hoje a empresa possui 140 franqueados no Brasil e a meta é fechar em 2018 outros 45 ou 50 novos contratos. De acordo com o diretor da franquia, Antonio Chiarizzi, para este ano, uma das “oportunidades de ouro”, é o Nordeste. No ano passado, a empresa teve um aumento de 24% do faturamento e a expectativa é de alta entre 30% e 35% neste ano.
Fonte: DCI – 07/01/2018
- Detalhes
- Categoria Pai: Artigos

Se até ontem, quando pensava em sua carreira, você deixava a saúde de fora do currículo, talvez seja hora de reconsiderar. Nos últimos anos, as empresas aumentaram significativamente os investimentos em programas de bem-estar e saúde e passaram a monitorar dados sobre os hábitos de vida dos funcionários.
Hoje, elas conseguem saber quantas calorias você ingeriu, se bebeu o volume de água suficiente, se dormiu bem, se anda estressado ou se vai regularmente à academia. Uma companhia atenta observa que você está prestes a sair da obesidade grau 2 para se tornar mórbido, projeta sua propensão a desenvolver diabetes e mensura seu risco cardíaco no curto e no médio prazo. É provável que a empresa também saiba, melhor do que você, se há perigo de internação ou cirurgia eletiva no próximo ano.
A ficha pode não ter caído ainda, mas o tempo em que a saúde era uma questão privada — e não do empregador — acabou. Uma pesquisa da consultoria Mercer Marsh Benefícios concluiu, depois de avaliar 58 empresas e mais de 260 000 profissionais brasileiros, que 95% das corporações já acompanham a utilização da assistência médica, 79% supervisionam a participação nos programas de saúde e bem-estar e 64% vigiam de perto o absentismo.
O estudo mostrou ainda que 50% das participantes medem indicadores de risco dos colaboradores, 45% avaliam o nível de satisfação dos trabalhadores e 28% inspecionam a condição mental deles. A razão para o Big Brother? O custo-saúde. Há menos de uma década ele girava em torno de 3% do total de despesas de uma companhia. Hoje, chega a 14% — tornando-se, para a maioria, a segunda maior despesa da folha. Paralelamente, a inflação médica bateu os 18%, ante 3% do restante da economia. "As despesas cresceram tanto que a questão caiu no colo do CEO e do CFO, e o tema ganhou enorme relevância", afirma Enrico De Vettori, sócio líder da área de saúde da consultoria Deloitte, em São Paulo.
Diante do aumento exponencial dos gastos, há empresas fazendo downgrade dos planos oferecidos aos funcionários e outras dividindo a conta com o empregado e seus dependentes por meio de coparticipações. Mas há um terceiro grupo que tem preferido enfrentar os altos gastos com saúde usando o health analytics, ferramenta que cruza dados sobre a vida dos colaboradores, captados de diferentes fontes, para fazer projeções sobre seu estado físico e emocional.
Embora ainda incipiente, a utilização de algoritmos de saúde é uma tendência — e deverá crescer nos próximos anos. "As métricas possibilitam mapear quem são os gastadores e criar ações de engajamento para eles. No caso de um paciente com doença crônica, é possível monitorar se está tomando medicação, incentivá-lo a ir ao médico e evitar que se desestabilize, sobrecarregando o sistema", diz Enrico.
Poucos anos atrás, ter políticas de saúde organizacional baseadas em inteligência artificial era algo raro. Construíam-se estratégias de saúde com base no senso comum. Casos como o de uma grande empresa que investiu 3 milhões de reais num programa antitabagismo e, depois, descobriu ter apenas 160 fumantes entre milhares de empregados tornaram-se clássicos.
O dinheiro era literalmente jogado fora. "Hoje, ao convergir informações de diversas fontes, direciona-se melhor os investimentos", diz Ricardo Lobão, CEO da UIB Benefícios, consultoria de gestão de saúde que trabalha no modelo pós-pago, em que a organização só paga quando o funcionário usa o convênio. O modelo, utilizado por 14% das companhias brasileiras, recorre ao monitoramento em tempo real de usuários e aos algoritmos para prever custos.
Para exemplificar como isso funciona, Ricardo cita o caso da mulher de um empregado que foi ao médico solicitar diagnóstico para redução das mamas. Ao ter o procedimento negado, ela entrou no radar da consultoria. Uma simulação concluiu que, se não fizesse a cirurgia, em um ano ela daria entrada no sistema para colocar pinos na coluna, o que custaria 250 000 reais. "A metrificação provou que valia a pena arcar com o tratamento. O custo foi de 32 000 reais. A companhia economizou e a paciente se curou. Foi bom para ambos", diz o consultor.
Tecnologia em alta
À medida que a tecnologia e o big data avançam, a colcha de retalhos de dados de saúde vai se costurando. Hoje, as informações vêm de todos os lados: de operadoras de saúde, de startups (como o Gympass, que oferece às empresas dados sobre a frequência de seus empregados à academia), de programas de bem-estar das próprias organizações e até de dispositivos como relógios e pulseiras inteligentes — no futuro, devem chegar também via chips implantados na pele com sensores.
Entre as ferramentas já disponíveis estão os aplicativos de gestão e monitoramento da saúde, usados por 14% das companhias em operação no Brasil. "O número é baixo, mas tende a crescer. Nos Estados Unidos, uma referência na área, já são 39%", diz Helder Valério, gerente de gestão e promoção de saúde da Mercer Marsh¬ Benefícios, em São Paulo.
A porta de entrada de todo bom aplicativo é um questionário detalhado de saúde, uma espécie de anamnese digital que ajuda a organização a detectar ameaças a que sua população está exposta.
Na Bridgestone, maior fabricante de pneus do mundo, dois aplicativos foram implementados neste ano: um para o funcionário fazer a gestão de sua saúde em tempo real e outro voltado para as grávidas, com algoritmos clínicos que monitoram a saúde tanto da mãe quanto a do bebê. "Entendemos que não adiantaria economizar mudando para um plano de saúde inferior. São as pessoas que fazem o negócio acontecer e, se elas não estiverem bem, a empresa não andará", diz Claudia Teixeira, diretora de relações trabalhistas da Bridgestone, que tem sede em Santo André, no ABC paulista. Os primeiros indicadores serão mensurados em 2018.

Quando o empregador passa a monitorar seu estado físico (e mental), é preciso fazer a si mesmo perguntas do tipo: o que eu ganho ao compartilhar meus dados? Essa informação pode se voltar contra mim no futuro?
Foi a certeza de que não será prejudicada que fez a arquiteta Amanda Frezzato, de 41 anos, baixar o aplicativo da Bridgestone durante a gestação. Como é portadora de esclerose múltipla e sua gravidez era de risco, a ferramenta trouxe comodidades. "Eu tirava dúvidas, era alertada sobre medicamentos e interagia via vídeo ou chat com uma equipe especializada", diz a gerente de desenvolvimento de lojas da Bridgestone. Embora tenha dado à luz três meses atrás, Amanda segue logada. "O aplicativo gera relatórios e sei que a empresa pode acessar os dados, mas isso não me preocupa. Desde que descobri a doença, há nove anos, nunca fui discriminada — ao contrário, fui promovida."
Outra gigante que vem investindo em saúde via mobile é a francesa Ticket, que acaba de lançar o aplicativo Ticket Fit. Disponível para pessoas físicas e corporações, o produto monitora hábitos: calcula o consumo diário de calorias, computa o volume de exercícios praticados, fornece conteúdo personalizado e possibilita criar games. "É possível saber se as pessoas estão se exercitando ou se o IMC da população está bom. São indicadores práticos, em tempo real, que ajudam o RH a fazer a gestão da saúde", diz Marília Rocca, diretora-geral da Ticket no Brasil. De acordo com a executiva, são 100 000 usuários ativos em dois meses, e a ideia é expandir o aplicativo para os 42 países em que a empresa atua.
Estimativas de mercado apontam que, de 2015 para cá, houve um aumento de 21% no investimento anual em ações de saúde e bem-estar por funcionário. O aporte de dinheiro na área não acontece sem razão. O universo corporativo se deu conta de que proporcionar qualidade de vida às equipes melhora os resultados do negócio. Estudos mostram que um indivíduo saudável falta menos e veste mais a camisa da empresa — no Reino Unido, uma pesquisa provou que saúde e bem-estar aumentam a produtividade em até 12%.
A analista financeira Daniela Cordeiro de Carvalho, de 34 anos, de São Paulo, comprova a estatística. Com 1,60 metro de altura e 78 quilos, ela tentava emagrecer e se animou quando sua companhia, o Mercado Eletrônico, criou, em outubro, um game para incentivar a perda de peso pelos empregados. "Eliminei quase 5 quilos. Só por isso eu já acordo animada para o trabalho", diz. Dos 200 funcionários da companhia, que desenvolve soluções comerciais B2B, 87 aderiram à disputa. A cada dez dias, eles passam por pesagem e avaliação. Há um grupo no WhatsApp para trocar incentivos. O prêmio, simbólico, será uma bicicleta.
Adriana Oliveira, gerente de RH do Mercado Eletrônico, diz que a ação foi criada depois de a base de dados apontar que havia muita gente acima do peso. A companhia também passou a conceder passes para academia como benefício e contratou uma coach de bem-estar para orientar colaboradores. "Identificamos que precisávamos investir no tema saúde de modo mais arrojado. Vamos medir os indicadores só no final do programa, mas já sinto diferença no engajamento e, provavelmente, abriremos uma segunda temporada", afirma.
Reflexo na liderança
A liderança será uma das principais afetadas por essa mudança de mentalidade no ambiente corporativo. Além de coordenar metas e buscar o resultado do negócio, fará parte do escopo do bom líder promover a qualidade de vida do time. Os chefes serão cada vez mais cobrados a dar bons exemplos: ficar no trabalho até altas horas pega mal; ser sedentário e comer besteira, idem. "Há uma tendência global, puxada pela geração Y, de buscar um estilo de vida saudável. Sem engajar gestores, é difícil criar essa cultura", diz Isis Borge, gerente de recrutamento da Robert Half, de São Paulo.
Na Bosch, fabricante alemã de equipamentos eletrônicos com sede em Campinas, no interior paulista, a onda atingiu os executivos. No ano passado, durante um encontro de líderes, um grupo de 75 gerentes e diretores lançou voluntariamente uma competição entre times batizada de Health Transformation, para mudar sua atitude em relação à qualidade de vida.
Com pulseiras inteligentes conectadas ao celular, passaram a ter o número de passos e a comida ingerida registrados diariamente, para verificar quem percorria a maior distância e perdia mais quilos. Juntos, em três meses, os gestores da Bosch queimaram 5 milhões de calorias e deram 38 milhões de passos (o suficiente para percorrer a circunferência da Lua três vezes). Os vencedores levaram um vale de 1 000 reais para fazer compras numa rede de lojas esportivas.
A Bosch conta hoje com um comitê multidisciplinar para fazer o acompanhamento mensal dos indicadores de saúde, promove uma maratona de corrida anual e tem feira livre de frutas e legumes toda sexta-feira na sede. "Saúde e bem-estar se tornaram ferramentas de atração e retenção de talentos", diz Fernando Tourinho, diretor de RH. De acordo com ele, só não há um aplicativo (ainda) por questões éticas. "Não está claro para nós como tratar a confidencialidade e a segurança da informação."
Questão ética
Garantir que os dados sobre o estado de saúde das pessoas se mantenham nas mãos certas — e não acabem virando motivo de discriminação — é um ponto sensível nessa nova abordagem da saúde no ambiente corporativo.
Apesar de a lei exigir que prontuários sejam avaliados apenas por médicos do trabalho (sem envolvimento do RH), não existe garantia de como esse enorme volume de dados vem sendo tratado. Em artigo escrito em 2016 para a publicação americana Journal of Law, Medicine and Ethics (da Associação Americana de Direito, Medicina e Ética), Ifeoma Ajunwa, professora na Cornell University, nos Estados Unidos, e autora do livro The Quantified Worker ("O empregado quantificado", sem tradução para o português), diz que os dados podem colocar a privacidade (e o emprego) em risco. Numa de suas pesquisas, ela descobriu que bancos de dados contendo informações de saúde são um alvo atraente para hackers — interessados em vender ou exigir resgate pelo sequestro de informações sensíveis.
Não bastasse isso, na maioria dos países, a legislação não é específica sobre os limites para o uso de novas tecnologias no ambiente de trabalho, o que deixa o colaborador vulnerável. Deli Matsuo, ex-diretor de recursos humanos para a América Latina do Google e fundador da Appus, empresa pioneira no Brasil em people analytics, diz não acreditar que uma companhia idônea vá analisar a saúde pensando em demitir. "O intuito de quem nos procura é garantir a assertividade das ações, para que funcionários fiquem mais saudáveis e gastem menos", diz.
Em janeiro de 2018, a Sharecare, multinacional americana especializada na digitalização de dados de saúde, trará para o mercado brasileiro um aplicativo que promete revolucionar o mundo corporativo. A plataforma, que consumiu meio bilhão de dólares em investimentos e recebeu aportes de gente graúda como a apresentadora americana Oprah Winfrey, foi lançada nos Estados Unidos no início deste ano.
Além de integrar todo tipo de fonte de informação, de prontuários médicos a relógios inteligentes, o aplicativo tem reconhecimento de padrões fractais na voz (quando a pessoa fala ao telefone, o sistema mede o nível de emoção e de estresse) e métricas capazes de mensurar a idade real e a cronológica, bem como o grau de salubridade de cada dia do usuário. Chamada pela Sharecare de Green Day, a ferramenta possui um coraçãozinho que vai sendo preenchido de verde conforme o usuário abastece o aplicativo com informações. Se tomou pouca água, dormiu mal e não fez exercícios, o coração não fica verde.
Ao combinar esses fatores, a tecnologia também pode prever, por meio de inteligência artificial, se a pessoa terá um evento no pronto-socorro. "O Green Day ajuda a 'tangilibizar' a saúde e pode ser usado pelas empresas como nos programas de milhas", diz Nicolas Toth Jr., CEO da Health¬ways, atual braço da Sharecare no Brasil. Nos Estados Unidos, já há companhias trocando Green Day por reajustes menores no plano de saúde.
Questionado sobre o perigo de aderir a uma plataforma que agrega tantos indicadores, Nicolas diz que o risco de sequestro de dados é o mesmo de entrar num avião e cair. Ou seja, existe, mas é remoto. "Num futuro próximo, dados serão captados pela geladeira, pelo carro, pelo chuveiro de casa. Haverá um número infindável de informação pessoal trafegando em todo tipo de lugar. Caberá a toda empresa séria fortalecer sua segurança digital", afirma.
Diferencial competitivo
Discussões éticas à parte, uma coisa é certa: não deve demorar muito para que a saúde se torne um diferencial competitivo declarado no trabalho. "Mesmo de forma velada, é possível notar uma valorização de candidatos com hábitos saudáveis. Não é interessante nem ético discriminar alguém por não fazer esporte ou se alimentar mal. Mas é fato que companhias vêm observando com mais atenção esses aspectos", diz Jorge Kraljevic, sócio-fundador da consultoria de recrutamento Signium, de São Paulo.
Especialistas admitem que já conta pontos demonstrar preocupação com a qualidade de vida nas entrevistas de emprego. Citar que participa de grupos de corrida, por exemplo, no momento do quebra-gelo, em que se fala da vida pessoal, é uma boa estratégia. O mundo corporativo adora traçar paralelos com o esporte e é praxe inferir que, se a pessoa tem uma alimentação regrada e faz atividade física regularmente, possui capacidade de planejamento, foco e resiliência.
Os talentos, por sua vez, também ficaram mais exigentes. Plano de academia gratuito, flexibilidade de horário, massagem e frutas à tarde contam até mais do que um salário alto na hora da escolha por um empregador. A via, portanto, é de mão dupla. Uma boa notícia, já que a combinação entre companhias atentas e funcionários conscientes reduz os custos com saúde, melhora os resultados e favorece toda a cadeia, numa relação de ganha-ganha.
Fonte: Exame - 12/01/2018
- Detalhes
- Categoria Pai: Artigos
Conflitos nos tempos atuais são inevitáveis nas empresas, principalmente quando essas atravessam por dificuldades. Estar numa situação de conflito provoca um estado de pressão interna não calculado, podendo nos levar à um comportamento errado que pode prejudicar todo processo de trabalho. “Assim, entender e saber as técnicas de administração de conflito são cruciais para adquirir habilidades e maturidade para lidar de forma assertiva em situações de temperatura e pressão fora da normalidade. Tudo focando chegar a um acordo final que satisfaça todas as partes envolvidas”, diz André Roberto Oliveira da Costa, Diretor Financeiro e de RH da Associação Multimarcas de Farmácias (Farmarcas) e da Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) e especialista em Desenvolvimento Humano de Gestores pela FGV. Segundo ele, com base nesse objetivo existem algumas formas de administrar conflitos. Lembrando que o indivíduo pode estar em duas dimensões básicas, a assertiva, que busca atender os interesses próprios, e a cooperativa (passiva), que procura satisfazer os interesses dos outros.
Confira cinco formas para o tratamento de conflitos:
Competição
No primeiro estilo o indivíduo está em um nível alto de assertividade, buscando seu interesse próprio, mas com baixa cooperação. Nesse estilo a pessoa é agressiva e prevalece o poder. Sendo assim, o indivíduo não será assertivo, mas agressivo.
Acomodação
Já no segundo estilo o indivíduo tem pouca assertividade e alta cooperação. Ele se autossacrifica para satisfazer a vontade de outra parte e abre mão do seu direito, se tornando passivo e não se posicionando com franqueza. Desta forma o indivíduo não é assertivo em seu comportamento.
Afastamento
Nesse terceiro estilo, o indivíduo possui pouca assertividade e cooperação. Se afasta do problema e abre mão dos seus direitos. Ele se torna passivo e não é assertivo em seu comportamento.
Acordo
No quarto estilo nem a assertividade e a colaboração estão em seu estágio latente, nesse ponto o indivíduo abre mão de alguma coisa e outra parte também. Não há ação do ganha-ganha cem porcento, e ambos saem perdendo.
Colaboração
Quinto e último é o estilo de administração de conflito assertivo. O indivíduo busca entender a outra parte e aprender com os erros, sem deixar que seus direitos sejam suprimidos ou esquecidos. Ao colaborar o indivíduo vê o outro como próximo e busca resolver o conflito de forma satisfatória para ambos os lados.
“Como pode ver, das maneiras existentes, é claro que a resposta mais interessante é a última – colaboração, contudo, se não houver uma capacitação para essa postura, partiremos para os tratamentos errados e o resultado não será satisfatório. O caminho é aprender com as dificuldades e fazer com que dos conflitos os indivíduos tirem importantes lições, e isso é papel do gestor”, finaliza Costa.
Fonte: Portal Newtrade - 31/01/2019
- Detalhes
- Categoria Pai: Artigos
Estabelecer uma relação (que vai além de entregas e contrapartidas financeiras) onde o funcionário sinta-se disposto a dedicar-se, envolver-se e interagir no seu ambiente de trabalho, pelo fato dele identificar-se com os valores e propósitos da organização isso é engajamento!

Por Redação MN
Engajamento é o laço do profissional com o trabalho que se realiza e com a empresa. Essa ligação não é a estabelecida pelo contrato e sim através de um vínculo psicológico, afetivo e emocional com o emprego.
Esse laço acaba desenvolvendo uma postura mais cooperativa, empenhada, otimista, disposta e de autodesenvolvimento. Além disso, o profissional engajado pode ser mais produtivo e eficiente, ao realizar suas tarefas com mais qualidade.
Promover o engajamento dos profissionais não é fruto de mágica. É preciso fazer a gestão de forma a incentivar o time e fortalecer o vínculo dos trabalhadores e uma das melhores formas para engajar sua equipe é através da comunicação assertiva. A comunicação assertiva é uma das principais competências de um profissional de sucesso. E não por acaso: esta capacidade demonstra o nível de sua inteligência social, ou seja, sua habilidade de se relacionar com os outros e de conquistar a colaboração das pessoas.
Uma comunicação assertiva é aquela que consegue passar as informações com clareza, dinâmica e respeito, obtendo o retorno esperado. Quando funciona bem, cria um canal aberto que permite o diálogo entre as partes e maior intercolaboração.
Para se ter ideia, as falhas de comunicação em uma empresa são um dos principais gargalos. Quando as informações não são compartilhadas de forma correta, surgem grandes dificuldades nas relações. Como consequência, as ações acabam sendo limitadas, bem como o engajamento da equipe.
Saber se comunicar de forma eficaz é fundamental para qualquer profissional, independente da carreira ou área de atuação. Isso porque lidamos com diferentes pessoas o tempo todo, seja no ambiente de trabalho, entre os amigos ou em casa.
No ambiente corporativo, uma boa comunicação é importante para todas as atividades, tais como: colaborar com novas ideias e sugestões, propor melhorias, vender produtos ou serviços, conduzir reuniões, lidar com clientes, distribuir demandas, coordenar processos, entre outras coisas.
Saber se comunicar e se fazer entendido é essencial para alcançar bons resultados com as pessoas, para gerar engajamento, então aprenda, treine a se comunicar com a equipe:
Exercite sua comunicação
A melhor maneira de exercitar a sua comunicação é falando. Para algumas pessoas, se comunicar pode ser algo completamente tranquilo e natural, mas uma boa comunicação também pode ser desenvolvida. Se você sente insegurança ou dificuldades em dialogar, é hora de colocar esta habilidade em prática por meio da prática. Procure ficar seguro na hora de contribuir com suas ideias ou defender seu ponto de vista. Fazendo isso, aos poucos você perceberá que estará fluindo melhor em cada apresentação ou conversa que tiver.
Evite os conflitos
É importante evitar os temíveis conflitos. Claro que algumas divergências de ideias sempre vão surgir, e elas são completamente naturais para o bom andamento dos processos, mas não deixe que as diferenças causem conflitos. Caso algum problema venha a acontecer, procure resolvê-lo imediatamente e da melhor forma possível. Converse com os envolvidos de forma madura e imparcial e, se isso não resolver, procure seu superior, ele saberá a melhor forma de lidar com estes incômodos.
Promova o trabalho em equipe
A colaboração é essencial dentro do ambiente corporativo. Isso porque ninguém trabalha sozinho, e seu trabalho sempre depende de seus colegas para ser bem-sucedido. É importante lembrar que cada colaborador é de fundamental importância para o alcance de metas. Por isso, exercite sua comunicação com seus colegas, promova um ambiente propício ao trabalho em equipe e desenvolva novas ideias em conjunto. Muitas mentes pensam melhor que apenas uma.
Respeite as diferenças
No ambiente de trabalho, você tem que conviver com profissionais diferentes e que possuem criação e ideias distintas das suas. Utilize as diferenças como estratégia para seu próprio crescimento, sempre respeitando a todos. Converse com seus colegas, escute novas opiniões e aprenda com eles. Isto, com certeza, contribuirá muito para sua evolução.
Lembre-se que é preciso um trabalho diário e constante para tornar a corporação um local que seja benéfico, saudável que engaje e inspire o profissional. Tente! Vale a pena!
Fonte: Marketing Nutricional - 24/05/2018
- Detalhes
- Categoria Pai: Artigos
A caixa de e-mail está lotada, fruto de alguns dias de folga, recesso da empresa ou até mesmo da explosão de mensagens de final de ano, com felicitações de clientes e fornecedores importantes. As reuniões de planejamento, feedback e alinhamento de equipes já tomarão conta da sua agenda nas próximas semanas. Essas atividades de início de ano já demandam muito tempo e foco. Você precisa dividir sua mente entre muitas atividades simultâneas e preocupações acumuladas.
Dados de uma pesquisa publicada na Harvard Business Review apontam que 67% dos líderes de empresas afirmam ter muita coisa na cabeça e pouca clareza sobre prioridades. Ao todo, foram mais de 35 mil respostas de profissionais de mais de 100 países. Outra característica identificada é que 73% alegam se distrair algumas ou muitas vezes durante a execução de uma tarefa.
Os principais inimigos destes líderes são a distração com outras pessoas e suas respectivas necessidades (26%) e a existência de mais de uma atividade considerada prioridade ao mesmo tempo (25%). Apenas 12% alegaram que a culpa para a falta de foco era de uma alta carga de trabalho.
A tendência de atender às distrações também está relacionada ao andamento do dia, e não apenas ao trabalho em si. Entre 9h e 17h, segundo os pesquisadores, os entrevistados apontam concentração de média para baixo, o que significa que neste período devam estar as atividades menos importantes e mais manuais. O padrão de comportamento, que varia pouco de uma pessoa para outra, indica ainda que o horário de “pico” para aquilo que demanda grande atenção deve ser por volta de 8h ou na faixa entre 18h e 22h.
O bom funcionamento do nosso organismo é outro elemento importante para manter o foco. Um corpo descansado, após horas adequadas de sono, bem alimentado com comidas saudáveis e de preferência ativo, motivado por exercícios físicos regulares, renderá melhor. E a mente exerce o mesmo papel. Rasmus Hougaard e Jacqueline Carter, autores da pesquisa e diretores da Potential Project – organização com soluções baseadas em mindfulness –, afirmam que emoções negativas reduzem o foco, pois a raiva, por exemplo, inibe um indivíduo de pensar com clareza, ao passo que emoções positivas o farão analisar melhor todo o cenário.
Fonte: Época Negócios - 03/01/2018






